terça-feira, 20 de março de 2012

No escurinho do cinema...

Eis a lista das coisas que mais gosto: 1º Meus biscoitos em forma de ossinho; 2º Correr no parque; 3º Tomar banho de mangueira; 4º Passear no shopping...
Epa! Lembrei de algo que gosto ainda mais: Pipoca
Toda vez que meus pais adotivos me levavam ao cinema eu ficava feliz com aquele cheirinho delicioso de pipoca. É certo que ficava morrendo de medo de entrar naquela sala escura, mas logo que sentava aos pés do meu pai me sentia recompensado ao achar uma ou outra pipoca perdida no chão.
O legal é que nunca tivemos problemas para entrar em cinemas ou teatros. Na maioria das vezes, meus pais só tiveram que mostrar minha carteirinha do Projeto Cão-Guia do Sesi-SP e explicar aos bilheteiros que a minha entrada nesses lugares fazia parte do treinamento para eu me tornar um cão-guia.
Mas, teve um dia que ouvi um resmungo de um senhor mal humorado na fila: “E cego lá vai conseguir ver filme?”.
Ai, ai, ai. Se eu pudesse, diria a ele o que meu pai adotivo sempre diz: “cego é aquele que não quer ver”.
Também diria a ele: "Ei, meu amigo, abra os olhos. Pessoas com deficiência visual também têm direito à Cultura e podem assistir a filmes". Inclusive, em algumas cidades pelo Brasil já existem sessões exclusivas para eles, com o recurso de autodescrição de imagens. Por exemplo, a programação de filmes do Centro Cultural do Banco do Brasil.
A companhia de um cão-guia para as pessoas com deficiência visual é muito importante em todos os lugares que eles frequentem. E para que o cão-guia seja bem treinado, ele precisa ter a possibilidade (com eu tenho tido com meus pais adotivos) de frequentar esses ambientes.
Queria deixar aqui meu agradecimento a todos os bilheteiros de cinemas e de teatros e  aos meus amigos pipoqueiros, que nos recebem com toda carinho e atenção. Afinal, pipoca e respeito aos outros também é cultura.
Ion (cão-guia em Treinamento) em espetáculo no Teatro Bradesco, em São Paulo

Fefê (cão-guia em Treinamento) no cinema em um Shopping em São Paulo

Iago (cão-guia em Treinamento) e sua Familia Acolhedora na Biblioteca Louis Braille, em São Paulo

3 comentários:

  1. É isso ai cachorrada. Algumas pessoas não compreendem. Enquanto socializava o Eros para a Escola de Cães Guias Helen Keller de Santa Catarina, escutei de um ouvinte num programa de televisão: "Se o cego quer levar o cachorro dele num restaurante então que se criem restaurantes só pra cegos!" Um absurdo que a gente até duvida que tenha realmente saido da boca de um ser humano. Mas essa atitude é anulada por todo o carinho e reconhecimento que recebemos de outras tantas pessoas dispostas a compreender a socialização e o trabalho do cão guia. Muita paciência e sucesso pra todos os cães, voluntários e treinadores! Beijos

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  2. Parabéns a todos do projeto!!! Tenho uma cadela da raça labrador, mas na minha cidade não existe o projeto. Se no SESI daqui existe esse projeto eu doaria todos os filhotes, quando cruzasse minha cachorra. Adoro esse projeto!!!Feijão acompanho seu blog sempre e te acho lindo demais!!beijos!!!

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  3. Adoraria poder treinar um cão guia que é de uma "necessidade" e utilidade sem medida. Tenho um labrador maravilhoso chamado Tom, lindo como você, esperto e brincalhão.
    As pessoas deviam se conscientizar que Deus não nos faz diferentes nem iguais, todos são especiais de alguma maneira, e por isso devemos aceitar a todos sem fazer acepção de pessoas.
    Parabéns...bj - Sheila

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