O dia começou chuvoso mas não desanimei.... Queria de novo ver o mar e correr livre pela praia com o meu irmão.
Fui logo cedo acordá-lo usando minha tática infalível:
lambida no rosto; rápido balançar do rabo; corrida até a coleira vermelha que
está pendurada; aguardar sentado uns instantes esperando uma reação. Se ele não
se levantar eu dou uns pequenos pulos com as patas dianteiras e balanço
novamente o rabo. Não tem jeito. Depois de alguns resmungos ele sempre levanta.
A casa acordou silenciosa, muito diferente da noite passada.
Foi a primeira vez que vi tanta gente alegre e feliz juntos, inclusive amigos e
vizinhos que meus pai nem conheciam.
A certa hora toda a familia reunida na casa de praia e os
moradores das casas vizinhas começaram a contar em coro: QUATRO, TRÊS DOIS, UM
..... e aí vieram aqueles estrondos enormes........ fiquei apavorado e comecei
a latir. Mas ninguém me ouviu. Estavam todos animados e se abraçando e falando
repetidamente “FELIZ ANO NOVO”.... No céu um monte de luzes e brilhantes e
coloridas faziam dezenhos bonitos, seguidos de mais estouros.
A festa foi até quase de manhã.... por isso foi tão difícil
convencer meu irmão a me levar para na praia logo cedo.
Uhm! Aquele monte de areia fofa é molhada... que uma
delicia.
Dessa vez, não pude dar as minhas corridas disparadas em
direção ao mar e latindo para as ondas que tentavam me alcançar e depois,
medrosas, recuavam. O meu irmão veio me puxando pela coleira, fazendo eu me
desviar das coisas curiosas que estavam enfiadas na areia... flores, latas,
rolhas, garrafas, arames. Acho que ele não quer que eu ferisse as minhas patas
com os cacos de vidros e outros objetos cortantes que estavam por ali...
É. Esse ano começou de forma nova pra mim. Eu sendo
acompanhado do meu “irmão-guia”, que me conduzia com cuidado em meio aos
perigos que eu não conseguia ver.
Ter alguém pra cuidar da gente é muito bom, né?
Que esse ANO
NOVO continue assim, cheio de novas experiências e de pessoas que gostam e
cuidam da gente. FELIZ ANO NOVO!
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